Uma análise sobre o facebook.
É sufocante quando começo a reparar na timeline do facebook. Comovente, sufocante. Não consigo engolir essa geração do quero ser mais. Quero ser mais que o meu próximo por ter um carro melhor, um celular melhor, uma casa melhor. Uma geração quero ser mais rebelde, quero ser mais ativista, mais feminista, quero ser melhor através da imagem que transpasso por uma rede social. E o que ganharei de volta? Masturbação mental no meu ego em forma de likes. Quero ser melhor para poder humilhar, arrotar arrogância na cara do próximo, ganhar medalhas mentais na sociedade, quero desesperadamente mostrar para todos o quão triste eu estou, quero que alguém desesperadamente me dê atenção que eu mereço pois sou insignificante o suficiente para conseguir apenas querendo ser mais. Quero mostrar as festas em que sou convidado, quero mostrar o que eu consegui arrancar dos meus pais a troco de ser um filho idiota que passa o dia inteiro longe de casa. Quero ser mais, quero ser mais que todos. Quero ridicularizar o próximo para que eu pareça melhor. Quero chamar atenção de quem eu amo desesperadamente fazendo qualquer coisa, compartilhando qualquer imagem, escrevendo qualquer indireta. Quero chamar atenção fazendo piada da desgraça alheia, o pessoal vai gostar do meu humor negro. Até que aconteça o mesmo ou pior com eles. Quero ser mais do que minhas amigas, competição sempre pra mostrar quem é que manda no grupo.
Não consigo me encaixar nesse mundo, não suporto, é demais pra mim. Não consigo não querer vomitar ao ler certas coisas e ficar calada simplesmente não ajuda. Até que vou juntando, juntando e despejo tudo na minha fossa emocional: meu blog. Ultimamente é mais do que eu posso/ consigo lidar. É complicado. E as vezes não sei realmente se usar o cérebro é uma coisa boa nos dia de hoje. Onde o que vale são os valores de aparência, onde coisas materiais sãos mais importantes do que as emocionais. Onde um filho prefere (exige) um iphone do que um abraço da mãe. Onde há competição entre amigas, onde há competição em toda parte. Competição pra quê? Eu vejo isso como competitividade ao prêmio "babaca do ano". A pessoa que mais se exibiu para o mundo, mais se expôs. Eu não sei se estou sendo muito ingênua a pensar dessa forma mas... Sinto falta de quando as coisas eram mais fáceis. Não existiam mentiras, não existiam falsidade. Se você não gosta de alguém, você não solicita a amizade dela, você evita. Você não cutuca, você fala. Você olha no olho e fala. Por mais que seja difícil. No fim, vai ser mais fácil.
Enquanto isso meu mundo segue em frente, observando esse picadeiro infinito. Onde cada um quer ter sua apresentação exclusiva, seus 15 minutos de fama. Fico observando e preferindo meu anonimato.
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