terça-feira, 16 de abril de 2013

Escolha de morrer.

Não tenho medo da morte, tenho medo da dor.
Não tenho medo da altura, tenho medo da queda.
Não tenho medo de armas, mas um disparo não deveria ser a última coisa a se ouvir antes de morrer.
Não tenho medo da corda, mas a última sensação que eu gostaria de sentir no pescoço seria um beijo.
Não tenho medo da água, mas gostaria de um gosto diferente antes de morrer.
Não tenho medo do fogo, mas a temperatura de se sentir antes de morrer, deveria ser outra pele em chamas.
E assim, ninguém nunca estaria pronto pra escolher quando ou como morrer.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Mais do mesmo.


Sempre fico melancólica quando voltas à cidade do sol
Posto que és meu sol
E levas assim toda luz de mim
Me deixando a míngua de intermináveis voltas no relógio
E unhas roídas e cigarros fumados.
Goles do vinho amargo que faz minha boca pedir algo doce e suave como teus beijos
E que dá a ilusão de descanso no meu corpo que grita, em sinais mudos, pelo teu.
Minha pele se arrepia ao lembrar teu toque, clama por tuas mãos.
Enquanto vivo no ócio, na ânsia de te esperar
Deixo aqui minhas palavras para nunca me permitir esquecer
Tudo que sou, tudo que és. Tudo que somos e tudo que me fazes.
Tudo se resume a uma só coisa:
O sol.

Que apesar de eu odiar, amo em você.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Soneto de explosões no céu.


As coisas mudam numa velocidade esquisita. 
Afasta quem tá perto quase que num sopapo
Deixa o coração como reboco de parede, faltando um pedaço
Como balão de são joão que pega fogo e vai embora.

E de repente, você não é mais quem costumava ser.
Talvez reboco de parede, talvez balão a desaparecer.
A alma chora, sentindo falta de si mesma
E o reflexo no espelho não se deixa reconhecer.

Na verdade, todos sabemos que nada dura e tudo se esvai
O que costuma restar são memórias torturantes
Impregnado na sua pele, seu passado errante.

Mas memória humana é fraca, como papel, um dia se esbagaça
E uma pessoa que um dia talvez fora importante
Hoje em dia passa e você não vê, só mais um andante.